domingo, 15 de maio de 2011

O que queres que te Diga???

Amo como ama o amor. Não conheço nenhuma outra razão para amar senão amar. Que queres que te diga, além de que te amo, se o que quero dizer-te é que te amo?


Fernando Pessoa.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Entender o Que não Entendo.

Clarice Lispector novamente falando mais sobre a vida. E é possível entender a vida?


"Não entendo. Isso é tão vasto que ultrapassa qualquer entender. Entender é sempre limitado. Mas não entender pode não ter fronteiras. Sinto que sou muito mais completa quando não entendo. Não entender, do modo como falo, é um dom. Não entender, mas não como um simples de espírito. O bom é ser inteligente e não entender. É uma benção estranha, como ter loucura sem ser doida. É um desinteresse manso, é uma doçura de burrice. Só que de vez em quando vem a inquietação: quero entender um pouco. Não demais: mas pelo menos entender que não entendo."


Assinatura de Clarice Lispector.
Realmente Queria entender O que atualmente não entendo. Queria poder Interpretar as escolhas alheias e o Principal: Entender que é preciso Entender.
Boa Leitura!

Amigos. Ter ou Não ter?!

Assistindo a um ótimo programa na Tv Cultura me deparei com um Belissimo texto do Grande Escritor Oscar Wilde. Ele é mais ou menos assim:


Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila. Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.

A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos. Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo. Deles não quero resposta, quero meu avesso. Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim. 



Para isso, só sendo louco! Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças. 

Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta. Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria. Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto. Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade. Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos. 



Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça. Não quero amigos adultos nem chatos. Quero-os metade infância e outra metade velhice! Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa. Tenho amigos para saber quem eu sou. Pois ao vê-los loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que a "normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril.





Mas quem foi Oscar Wilde?
Oscar Wilde.


Escritor irlandês, nasceu em 16 de outubro de 1854 na cidade de Dublin. Wilde escreveu para todos as formas de expressão em palavras, embora tenha sido menos conhecido em algumas delas. Em seu único romance, O Retrato de Dorian Gray, Oscar Wilde trata da arte, da vaidade e das manipulações humanas e é considerado por muitos de seus leitores, como a sua maior obra-prima.


Quero mais desse tipo amigo. Boa leitura!

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Qual é o Seu Desenho?

Mario Quintana reaparece em nosso Blog. Desta vezes falando de sí mesmo.



No retrato que me faço
- traço a traço -
às vezes me pinto nuvem,
às vezes me pinto árvore...

às vezes me pinto coisas
de que nem há mais lembrança...
ou coisas que não existem
mas que um dia existirão...

e, desta lida, em que busco
- pouco a pouco -
minha eterna semelhança,

no final, que restará?
Um desenho de criança...
Corrigido por um louco!

O Desenho é um desenho de Adulto Corrigido por uma alma de criança.
E o seu Desenho; O seu auto-retrato. Já tentou descobri-lo?














Pense Sempre. Boa Leitura!

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Meus Oito Anos. Oh que Saudade...

Meus Oito Anos é um poema, muito bem escrito por Casimiro de Abreu. Ele é mais ou menos assim:

Meus Oito Anos.
Oh ! que saudades que eu tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais !
Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras
À sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais !

Como são belos os dias
Do despontar da existência !
- Respira a alma inocência
Como perfumes a flor;
O mar é – lago sereno,
O céu – um manto azulado,
O mundo – um sonho dourado,
A vida – um hino d’amor !

Que auroras, que sol, que vida,
Que noites de melodia
Naquela doce alegria,
Naquele ingênuo folgar !
O céu bordado d’estrelas,
A terra de aromas cheia,
As ondas beijando a areia
E a lua beijando o mar !

Oh ! dias de minha infância !
Oh ! meu céu de primavera !
Que doce a vida não era
Nessa risonha manhã !
Em vez de mágoas de agora,
Eu tinha nessas delícias
De minha mãe as carícias
E beijos de minha irmã !

Livre filho das montanhas,
Eu ia bem satisfeito,
De camisa aberta ao peito,
- Pés descalços, braços nus -
Correndo pelas campinas
À roda das cachoeiras,
Atrás das asas ligeiras
Das borboletas azuis !

Naqueles tempos ditosos
Ia colher as pitangas,
Trepava a tirar as mangas,
Brincava à beira do mar;
Rezava às Ave-Marias,
Achava o céu sempre lindo,
Adormecia sorrindo,
E despertava a cantar !

Oh ! que saudades que eu tenho
Da aurora da minha vida
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais !
- Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras
À sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais!

Casimiro de Abreu.

Casimiro José Marques de Abreu nasceu e morreu em Barra de São João, no Estado do Rio de Janeiro. Filho de um imigrante português enriquecido às custas do comércio, Casimiro estudou em Nova Friburgo e depois foi para Lisboa, contra a própria vontade, estudar comércio. Em Lisboa entrou em contato com o meio intelectual, mas logo adoeceu e retornou ao Brasil, onde iniciou sua produção literária. 
Escreveu para alguns jornais e graças a essa tarefa conheceu Machado de Assis. Em 18 de outubro de 1860, quando tinha apenas 21 anos, faleceu vítima de tuberculose. A poesia de Casimiro de Abreu é marcada por dois traços fundamentais: o pessimismo decorrente do mal-do-século e o saudosismo nacionalista, que se revela na melancolia produzida pela saudade da terra natal e da infância.
Graças a um lirismo já gasto, às rimas repetitivas e a uma linguagem simples, Casimiro de Abreu transformou-se em um dos poetas mais populares do Romantismo brasileiro. De toda a sua produção poética, que está reunida na obra "As Primaveras" (1859), destaca-se o poema "Meus oito anos".

Esse justo poema foi marca registrada de um famoso e talentoso ator: 
Paulo Autran. Que o declamava com grande perfeição.

Paulo Paquet Autran nasceu em 7 de setembro de 1922, no Rio de Janeiro, mas foi criado em São Paulo, onde se formou em Direito, por insistência de seu pai, que era delegado da polícia. Consagrado ator de teatro, cinema e televisão, ele deixou sua marca em todas as mídias, tendo começado sua carreira nos palcos amadores.
Na TV, o ator é muito lembrado pela antológica cena em que ele e Fernanda Montenegro, interpretando Otávio e Charlô, brigam fazendo uma bagunça na mesa de café da manhã, na novela "Guerra dos sexos", de Sílvio de Abreu, de 1983. Em 2005, ele participou do filme "A máquina", versão para o cinema do texto de Adriana Falcão, e lançou a fotobiografia "Paulo Autran sem comentários", em que falou de sua trajetória a partir de textos e fotos de peças em que atuou.
Paulo Autran.
Paulo Autran morreu no dia 13 de Outubro de 2007, aos 85 anos, por causa de uma enfisema pulmonar e um câncer no pulmão. 

Uma imensa perda para o teatro, televisão e cultura Brasileira.
Boa Leitura!


Ama? ok!

Achei uma Frase muito boa sobre O Amar.

"Amor não é se envolver com a pessoa perfeita,
aquela dos nossos sonhos.
Não existem príncipes nem princesas.
Encare a outra pessoa de forma sincera e real, exaltando suas qualidades, mas sabendo também de seus defeitos.
O amor só é lindo, quando encontramos alguém que nos transforme no melhor que podemos ser."

Autor infelizmente desconhecido.

Pense. E Boa Leitura! 

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Vida! Realmente ela é Assim.

Clarice Lispector nos escreve um texto muito sabio. Atos e Acontecimentos familiar para muito. Ele é mais ou menos assim:



Já escondi um Amor com medo de perdê-lo, já perdi um Amor por escondê-lo. 
Já segurei nas mãos de alguém por medo, já tive tanto medo, ao ponto de nem sentir minhas mãos. 
Já expulsei pessoas que amava de minha vida, já me arrependi por isso. 
Já passei noites chorando até pegar no sono, já fui dormir tão feliz, ao ponto de nem conseguir fechar os olhos.
Já acreditei em amores perfeitos, já descobri que eles não existem.
Já amei pessoas que me decepcionaram, já decepcionei pessoas que me amaram.
Já passei horas na frente do espelho tentando descobrir quem sou, já tive tanta certeza de mim, ao ponto de querer sumir.
Já menti e me arrependi depois, já falei a verdade e também me arrependi.
Já fingi não dar importância às pessoas que amava, para mais tarde chorar quieta em meu canto.
Já sorri chorando lágrimas de tristeza, já chorei de tanto rir.
Já acreditei em pessoas que não valiam a pena, já deixei de acreditar nas que realmente valiam.
Já tive crises de riso quando não podia.
Já quebrei pratos, copos e vasos, de raiva.
Já senti muita falta de alguém, mas nunca lhe disse.
Já gritei quando deveria calar, já calei quando deveria gritar.

Muitas vezes deixei de falar o que penso para agradar uns, outras vezes falei o que não pensava para magoar outros.
Já fingi ser o que não sou para agradar uns, já fingi ser o que não sou para desagradar outros.
Já contei piadas e mais piadas sem graça, apenas para ver um amigo feliz.
Já inventei histórias com final feliz para dar esperança a quem precisava.
Já sonhei demais, ao ponto de confundir com a realidade... Já tive medo do escuro, hoje no escuro "me acho, me agacho, fico ali".


Já cai inúmeras vezes achando que não iria me reerguer, já me reergui inúmeras vezes achando que não cairia mais.
Já liguei para quem não queria apenas para não ligar para quem realmente queria.
Já corri atrás de um carro, por ele levar embora, quem eu amava.
Já chamei pela mamãe no meio da noite fugindo de um pesadelo. Mas ela não apareceu e foi um pesadelo maior ainda.
Já chamei pessoas próximas de "amigo" e descobri que não eram... Algumas pessoas nunca precisei chamar de nada e sempre foram e serão especiais para mim.
Não me dêem fórmulas certas, porque eu não espero acertar sempre.
Não me mostre o que esperam de mim, porque vou seguir meu coração!
Não me façam ser o que não sou, não me convidem a ser igual, porque sinceramente sou diferente!
Não sei amar pela metade, não sei viver de mentiras, não sei voar com os pés no chão.
Sou sempre eu mesma, mas com certeza não serei a mesma pra SEMPRE! 
Gosto dos venenos mais lentos, das bebidas mais amargas, das drogas mais poderosas, das idéias mais insanas, dos pensamentos mais complexos, dos sentimentos mais fortes.
Tenho um apetite voraz e os delírios mais loucos. 
Você pode até me empurrar de um penhasco que eu vou dizer: 
- E daí? Eu adoro voar.


Em outro momento falo sobre essa grande autora que foi Clarice Lispector. 

Agora vou deixar você, caro e amigo leitor, Refletindo sobre a sua vida E lembre sempre, ainda há tempo!
Boa Leitura!

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Correr Ou Aguardar?

Mais um vez Mario Quintana nos mostra verdades sobre o Amor. 
Quem tem o costume de ler Mario Quintana, Cecilia Meireles ou até mesmo ouvir Caetano Veloso e Chico Buarque; Vai aprendendo mais sobre a Vida e os grandes Amores que ela nos traz! 
Mario Quintana.

Borboletas de Mario Quintana.

Quando depositamos muita confiança ou expectativas em uma pessoa, o risco de se decepcionar é grande.
As pessoas não estão neste mundo para satisfazer as nossas expectativas, assim como não estamos aqui, para satisfazer as dela.
Temos que nos bastar… nos bastar sempre e quando procuramos estar com alguém, temos que nos conscientizar de que estamos juntos porque gostamos, porque queremos e nos sentimos bem, nunca por precisar de alguém.
As pessoas não se precisam, elas se completam… não por serem metades, mas por serem inteiras, dispostas a dividir objetivos comuns, alegrias e vida.

Com o tempo, você vai percebendo que para ser feliz com a outra pessoa, você precisa em primeiro lugar, não precisar dela. Percebe também que aquela pessoa que você ama (ou acha que ama) e que não quer nada com você, definitivamente, não é o homem ou a mulher de sua vida.
Você aprende a gostar de você, a cuidar de você, e principalmente a gostar de quem gosta de você.
O segredo é não cuidar das borboletas e sim cuidar do jardim para que elas venham até você.
No final das contas, você vai achar
não quem você estava procurando, mas quem estava procurando por você!

Assim fica a pergunta: Correr a traz de um Amor ou esperar que o Amor apareça?Eu estou na tática da espera. 

Boa Leitura!

domingo, 9 de janeiro de 2011

Realmente O viver não é nada Fácil.

Este texto de Cecilia Meireles nos mostra algumas verdades da Vida. O quando é Dificil e Facil ao mesmo tempo.


Nem Tudo é Facil de Cecilia Meireles.


É difícil fazer alguém feliz, assim como é fácil fazer triste.
É difícil dizer eu te amo, assim como é fácil não dizer nada
É difícil valorizar um amor, assim como é fácil perdê-lo para sempre.
É difícil agradecer pelo dia de hoje, assim como é fácil viver mais um dia.
É difícil enxergar o que a vida traz de bom, assim como é fácil fechar os olhos e atravessar a rua.
É difícil se convencer de que se é feliz, assim como é fácil achar que sempre falta algo.
É difícil fazer alguém sorrir, assim como é fácil fazer chorar.



É difícil colocar-se no lugar de alguém, assim como é fácil olhar para o próprio umbigo.
Se você errou, peça desculpas…


É difícil pedir perdão? Mas quem disse que é fácil ser perdoado?
Se alguém errou com você, perdoa-o…
É difícil perdoar? Mas quem disse que é fácil se arrepender?
Se você sente algo, diga…
É difícil se abrir? Mas quem disse que é fácil encontrar
alguém que queira escutar?
Se alguém reclama de você, ouça…
É difícil ouvir certas coisas? Mas quem disse que é fácil ouvir você?
Se alguém te ama, ame-o…
É difícil entregar-se? Mas quem disse que é fácil ser feliz?
Nem tudo é fácil na vida…Mas, com certeza, nada é impossível
Precisamos acreditar, ter fé e lutar
para que não apenas sonhemos, Mas também tornemos todos esses desejos,
realidade!!!



Cecilia Meireles ou melhor Cecília Benevides de Carvalho Meireles
Cecilia Meireles.
é uma das grandes escritoras da literatura brasileira. Seus poemas encantam os leitores de todas as idades. Nasceu no dia 7 de novembro de 1901, na cidade do Rio de Janeiro.
Sua infância foi marcada pela dor e solidão, pois perdeu a mãe com apenas três anos de idade e o pai não chegou a conhecer (morreu antes de seu nascimento). Foi criada pela avó Dona Jacinta. Por volta dos nove anos de idade, Cecília começou a escrever suas primeiras poesias.
Formou-se professora (cursou a Escola Normal) e com apenas 18 anos de idade, no ano de 1919, publicou seu primeiro livro “Espectro” (vários poemas de caráter simbolista). Embora fosse o auge do Modernismo, a jovem poetisa foi fortemente influenciada pelo movimento literário simbolista.
No ano de 1922, Cecília casou-se com o pintor Fernando Correia Dias. Com ele, a escritora teve três filhas.
O marido suicidou-se em 1936, após vários anos de sofrimento por depressão. O novo casamento de Cecília aconteceu somente em 1940, quando conheceu o engenheiro agrônomo Heitor Vinícius da Silveira.
Cecília faleceu em sua cidade natal no dia 9 de novembro de 1964.


O viver não é facil, mas apesar das dificuldades é melhor enfrentar tudo do que ser fraco e desistir sem ao menos tentar. E o Viver com um Amor ajuda nessa batalha dificil. Mas o Amor também não é Fácil.
Boa Leitura!  

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Morrer de Amor. Se morre disso?

A minha vida inteira ouvi que o tempo cura tudo. Amor, Magoa. E que não se morre de amor. Não sei se alguma vez Amei de verdade.
Para ser sincero; não sei o que é amor de verdade.
Só sei que de amor se morre.

Se se morre de Amor - Gonçalvez Dias.

Se se morre de amor! – Não, não se morre,
Quando é fascinação que nos surpreende
De ruidoso sarau entre os festejos;
Quando luzes, calor, orquestra e flores
Assomos de prazer nos raiam n’alma,
Que embelezada e solta em tal ambiente

No que ouve e no que vê prazer alcança!
Simpáticas feições, cintura breve,
Graciosa postura, porte airoso,
Uma fita, uma flor entre os cabelos,
Um quê mal definido, acaso podem
Num engano d’amor arrebentar-nos.
Mas isso amor não é; isso é delírio
Devaneio, ilusão, que se esvaece
Ao som final da orquestra, ao derradeiro

Clarão, que as luzes ao morrer despedem:
Se outro nome lhe dão, se amor o chamam,
D’amor igual ninguém sucumbe à perda.
Amor é vida; é ter constantemente
Alma, sentidos, coração – abertos
Ao grande, ao belo, é ser capaz d’extremos,
D’altas virtudes, té capaz de crimes!

Compreender o infinito, a imensidade
E a natureza e Deus; gostar dos campos,
D’aves, flores,murmúrios solitários;
Buscar tristeza, a soledade, o ermo,
E ter o coração em riso e festa;
E à branda festa, ao riso da nossa alma
fontes de pranto intercalar sem custo;
Conhecer o prazer e a desventura
No mesmo tempo, e ser no mesmo ponto
O ditoso, o misérrimo dos entes;
Isso é amor, e desse amor se morre!

Amar, é não saber, não ter coragem
Pra dizer que o amor que em nós sentimos;
Temer qu’olhos profanos nos devassem
O templo onde a melhor porção da vida
Se concentra; onde avaros recatamos
Essa fonte de amor, esses tesouros
Inesgotáveis d’lusões floridas;
Sentir, sem que se veja, a quem se adora,
Compreender, sem lhe ouvir, seus pensamentos,
Segui-la, sem poder fitar seus olhos,
Amá-la, sem ousar dizer que amamos,
E, temendo roçar os seus vestidos,
Arder por afogá-la em mil abraços:
Isso é amor, e desse amor se morre!

Gonçalvez Dias.

Antônio Gonçalves Dias nasceu no ano de 1823 em Caxias, no Maranhão, e faleceu em 1864. 
Formou-se em Direito na Universidade de Coimbra, retornando ao Brasil em 1845.
Em São Luís fracassa o relacionamento amoroso com Ana Amélia, a quem dedica o poema "Ainda uma vez... Adeus!", por pressões da família dela, já que o poeta era filho de pai português e de mãe mestiça.
Viajou pelo Brasil e pela Europa a serviço do governo brasileiro. 
Tuberculoso, vai à Europa em 1862 para tratar da saúde; combalido e reduzido à miséria, decidiu voltar, morrendo em naufrágio à vista das costas do Maranhão. Clássico na forma e no estilo, por formação literária, foi, por índole, o poeta das tradições e da alma popular brasileira. Pertenceu à primeira geração do Romantismo Brasileiro. Delicado e melancólico criou o indianismo romântico, impondo-se como uma das maiores figuras da nossa literatura. É considerado o mais maduro dos românticos brasileiros, o nosso maior poeta romântico. Seus versos encerram eloqüência e unção, lirismo, grandiosidade e harmonia.

Ainda não conseguimos definir o amor, mas uma coisa já sabemos. De amor se morre.
Boa Leitura!

Sabe se definir? Quem é Você?

Infelizmente não sei definir vocês, caros leitores, mas a mim encontrei um texto que tem haver de parecido comigo. 


Quem sou eu? de Afonso Martins.


Não posso falar quem sou usando apenas uma palavra
Nem mesmo uma única frase
As palavras que expressam quem sou não cabem neste espaço
Não sou nada
Mas ao mesmo tempo um monte de coisas.
Sou um pouco de alegria misturado com tristezas
Sou um pouco de dor
Um pouco de solidão
Sou um pouco do que os meus amigos me ensinaram a ser
O pouco do que o meus inimigos me fizeram aprender
Um pouco da minha família
Um pouco de religião
Ódio
Amor 
Paixão
Sou um pedaço de mágoa e uma medida de perdão
Sou uma pessoa comum
Como qualquer outra
Simples
Porém com porções diferentes
Mostro meu sorriso quando é preciso sorrir
Mas...
Também choro nos momentos em que precisar
.



Boa Leitura! 

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Amor. Tem explicação?

Eu estava procurando videos no Youtube.com e achei um narração de Juca de Oliveira de um texto muito bonito de Mario Prata. Que é mais ou menos assim:


Definições. 
Saudade é quando o momento tenta surgir da lembrança para acontecer de novo e não consegue.
Lembrança é quando, mesmo sem autorização, seu pensamento representa um capitulo.
Angústia é um nó muito apertado bem no meio do sossego.
Preocupação é uma cola que não deixa o que ainda não aconteceu sair do seu pensamento.
Indecisão é quando você sabe bem o que quer mas acha que deveria querer outra coisa.
Certeza é quando a idéia cansa de procurar e pára. 
Intuição é quando o seu coração dá um pulinho no futuro e volta rapido. 
Pressentimento é quando passa em você um trailer de um filme que pode ser que nem exista.
Vergonha é um pano preto que você quer para se cobrir naquela hora.
Ansiedade é quando sempre faltam muitos minutos para o que quer que seja.
Interesse é um ponto de exclamação ou de interrogação no final do sentimento.
Sentimento é a língua que o coração usa quando precisa mandar algum recado.
Raiva é quando o cachorro que mora em você mostra os dentes.
Tristeza é uma mão gigante que aperta seu coração.
Felicidade é um agora que não tem pressa nenhuma. 
Amizade é quando você não faz questão de você e se empresta pros outros.
Culpa é quando você cisma que podia ter feito diferente mas, geralmente, não podia.
Lucidez é um acesso de loucura ao contrário. 
Razão é quando o cuidado aproveita que a emoção está dormindo e assumi o comando.
Vontade é um desejo que cisma que você é a casa dele.
Paixão é quando apesar da palavra "perigo" o desejo chega e entra.
Amor é quando a paixão não tem outro compromisso marcado. Não... Amor é um exagero. Também não. Um dilúvio,um mudaréu, uma insanidade, um destempero, um despropósito, um descontrole, uma necessidade, um desapego? Talvez porque não tenha sentido. 
Talvez porque não tenha explicação. Esse negócio de amor, não sei explicar.


Mario Prata ou melhor Mario Alberto Campos de Morais Prata que além de escritor é também teledramaturgista, cronista, roterista de cinema e articulista de jornais e revistas. Mas nem ele conseguiu definir o tal do Amor.
Mario Prata.


Juca de Oliveira é um excelente autor e ator de novelas e teatros. Juca ou melhor José de Oliveira Santos atuou em novelas grandes como O Clone e escreveu diversas peças teatrais. Atualmente tem uma coluna na Radio BandNews Fm; a Coluna Devaneio.


Juca de Oliveira.
Se nem poetas, filósofos e intelectuais conseguiram interpretar ou definir o Amor; quem somos nós para definir ou resolver tal mistério?
Boa Leitura.